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Jornalismo, freelancing, social media... e as estórias por detrás de tudo isto. Por Patrícia Raimundo

Mais números do Freelance Industry Report

Depois de Ed Gandia do Freelance Switch, agora é a vez de LaToya Irby do All Freelance Writing retirar algumas conclusões interessantes do Freelance Industry Report deste ano.
"Freelancing is mostly recession-proof – 52% haven’t been largely affected."

Manter o contacto com os editores

Não é novidade para ninguém: conseguir uma boa relação com um editor é quase sempre difícil, por isso manter contacto e estreitar relações é fundamental para um freelancer. O The Renegade Writer dá excelentes dicas para não se perder um editor de vista (sem que isso pareça perseguição) em 6 ways to stay in touch with your editors.

Heróis e vilões

Pertinente, divertido, encorajador. Katie Tallo diz que quem vive da escrita tem de saber enfrentar as críticas, os níveis baixos de autoconfiança e as dificuldades que aparecem pelo caminho - os vilões - como um verdadeiro herói. Uma história para ler - e um conselho para seguir - no Write to Done: Become the hero of your writing lifeImperdível.
"We all have our demons. We’ve all heard crappy people say crappy things to us at one time or another in our lives. [...] But if we really want to keep on writing, we have to become the heroes in our own story. We have to stand up to those villains, be vigilant, stay awake to what matters and not let nightmares shape our writing life. To truly come to a place where we see ourselves as good enough, we must defend, fight, envision, love and do our writing. We must let our writer lead the charge."

Ghostwriting: erros comuns

Já aqui tinha deixado as principais dicas de Will Kenny sobre ghostwriting, mas quem quer mesmo começar a desenvolver este tipo de trabalho não pode deixar de ler o seu último post no Freelance Switch. How to blow a business ghostwriting assignement apresenta os erros comuns a evitar quando se escreve em nome de um cliente, sobretudo na área empresarial.

A vida depois do pomodoro

Estou a experimentar a técnica do pomodoro desde quarta-feira e tenho que admiti-lo... parece-me que funciona mesmo!

Não, não há nada de milagroso nisto, nem é impossível conseguir os mesmos níveis de concentração sem o engraçado objecto de cozinha. A verdade é que ter o temporizador ligado ajuda muito a estabelecer uma predisposição para a concentração. O pomodoro dita as regras e temos só que cumpri-las - 25 minutos de trabalho intenso, 5 de descanso - e o nosso cérebro parece gostar disto.

Esta semana tinha um deadline especialmente apertado e mais fontes de distracção que o normal, a altura ideal para testar a técnica ao limite. Comecei pela transcrição de uma entrevista gravada, como sempre faço - cerca de 45 minutos de agradável conversa. Transcrever é, talvez, das piores tarefas que um jornalista tem em mãos e sei que não sou a única a achar isto. Muitos dos meus colegas já desistiram de gravar e muitos daqueles que gravam ainda as entrevistas acabam por transcrever apenas uma parte ou usá-las como mero recurso de emergência. Eu, apesar do masoquismo, faço questão de transcrever a entrevista quase sempre na íntegra. Demoro mais e sofro durante umas boas horas, é certo, mas fico com o trabalho mais organizado para que o artigo flua melhor.

A transcrição é, por isso, um problema. Não é uma tarefa particularmente interessante e é demorada q.b, por isso a concentração torna-se difícil... o que só atrasa ainda mais o processo. Ora, foi aqui que senti os maiores benefícios do pomodoro. Sempre que sentia a tentação de espreitar o mail ou as últimas do Facebook (a cada frase transcrita...), lembrava-me que tinha o temporizador ligado e que aquele era o momento de estar concentrada. Quando o pomodoro soasse, poderia ver tranquilamente um site ou outro ou ir buscar qualquer coisa para comer à cozinha.

À medida que os pomodoros se seguiam, foi cada vez mais fácil manter a concentração. Já não sentia tanta vontade de ver o e-mail ou de inventar uma desculpa qualquer para me levantar da secretária. E a verdade é que, quase sem dar por isso, os 25 minutos passavam, eu fazia a minha pausa (curta, é certo, mas o ideal para não quebrar o ritmo) e o trabalho corria, sem stresses.

É claro que em alguns ciclos de 25 minutos tive de atender uma chamada urgente ou enviar um sms, mas, regra geral, senti-me concentrada e motivada durante todo o processo, o que nem sempre acontece nas transcrições de entrevistas.

A experiência estava a correr bem, mas ainda tinha uma dúvida: seria o pomodoro igualmente eficaz quando chegasse a altura de escrever, propriamente dita? A inspiração tem os seus momentos e existe o terrível bloqueio, tantas vezes difícil de contornar, pensava eu. Não seria contraproducente se, por exemplo, ocorresse um bloqueio durante um pomodoro inteiro? Não seria o temporizador mais uma fonte de pressão e, consequentemente, uma fonte de bloqueios?

Fosse como fosse, estava disposta a experimentar. Nunca poderia apurar a eficácia da técnica com uma tarefa apenas. Abri o ficheiro em branco e cliquei no pequeno pomodoro no cantinho do ecrã.

O começo foi difícil, como, de resto, sempre é, mas, contra todas as expectativas, a famosa técnica ajudou também na fase da escrita pura e dura! Estive sempre mais concentrada e tive menos bloqueios (apesar de o tema do artigo também poder ter ajudado aqui) e em bastante menos tempo que o normal tinha a peça pronta e revista. Nesta fase, porém, fiz algumas cedências que o ritmo de escrita exigia: por vezes já tinham terminado os 25 minutos e eu continuava a escrever para aproveitar o momento. Outras vezes prolonguei a pausa e senti a necessidade de ser mais selectiva nesses momentos. O texto também tem o seu tempo, o que exigiu um pomodoro mais flexível...

Nos próximos tempos a técnica do pomodoro vai estar em teste por estes lados. Meia-dúzia de dias não chegam para dar o veredicto final. Por enquanto, Francesco Cirillo não desilude e o pomodoro conquista pontos de dia para dia. Vamos ver como se sai daqui para a frente.

Acabar com os bloqueios

Quem escreve sabe como é: o bloqueio inicial é tramado. Não sabemos bem como começar, as horas passam, o papel continua em branco e a frustração aumenta. Comigo é assim, o que custa é começar. Depois da entrada e do lead, a estória flui... até ao próximo bloqueio.

Para mim, os bloqueios intermédios são mais fáceis de ultrapassar. Tenho duas técnicas que raramente me deixam ficar mal, mas gosto de conhecer novos truques. Os de Roy Peter Clark são óptimos e o melhor de tudo é que se podem aplicar até aos terríveis bloqueios iniciais. Vale mesmo a pena espreitar estes 10 conselhos em Overcoming writer's block.

Quando corre mal...

Mais ou menos experientes, todos os freelancers acabam por ter uma má experiência com um trabalho que decidiram aceitar. Ou porque acaba por não compensar financeiramente, ou porque houve uma chatice qualquer com o cliente ou simplesmente porque não é o trabalho certo na hora certa.

O que fazer quando isto acontece? Desistir a meio? Fazer um esforço adicional e terminar o trabalho? Como ultrapassar uma má decisão?

Kristen Fischer desdramatiza a situação e dá excelentes dicas em How to deal: A freelancer's guide to coming to terms with a gig gone bad.

Produzir conteúdos para marcas

Pouco falta para completar um ano de freelancing puro e duro e uma das questões com que me tenho confrontado mais nestes últimos meses está relacionada com as fronteiras do jornalismo: afinal o que é e não é jornalismo?

Com a era do digital, multiplicaram-se as possibilidades para quem faz do conteúdo o seu trabalho e aquelas definições rígidas do que é o jornalismo e o jornalista parecem fazer cada vez menos sentido.

Uma dessas interessantes (e polémicas) interrogações foi explorada num interessante artigo de Amanda Cosco no Social Times: Is branded journalism still journalism? As questões levantadas para a produção de conteúdos informativos para marcas lança ainda pistas para compreender outros casos do género, por isso vale mesmo a pena ler com atenção.

A técnica do pomodoro

No mês passado descobri a técnica do pomodoro. Inventado pelo italiano Francesco Cirillo nos anos 80, este truque para aumentar a produtividade e a concentração é, na verdade, muito simples: programar um temporizador de cozinha como este para marcar períodos de trabalho mais intenso, ou que exijam mais concentração. A fórmula certa, diz, é esta:

  • fazer uma lista de tarefas ou objectivos;
  • escolher um ponto da lista;
  • programar o temporizador para tocar em 25 minutos;
  • trabalhar nessa tarefa até o temporizador tocar e riscá-la da lista;
  • fazer uma pausa de 5 minutos;
  • repetir o procedimento;
  • a cada 4 pomodoros fazer uma pausa maior.
Freelancers de todo o mundo dizem maravilhas desta técnica. Hoje vou tirar a prova dos nove: tenho um artigo especialmente urgente para entregar e nada melhor que uma situação destas para testar a eficácia do pomodoro.

Por agora, estou a usar uma extensão do Chrome, o ChromoDoro, mas se correr bem, compro um pomodoro à séria - vai ficar a matar na minha secretária.

Freelancing em números

54% dos freelancers não pensam voltar a ter um emprego a tempo inteiro. 80% das pessoas que são atiradas para o freelancing por um despedimento dizem ser muito mais felizes agora.

Estes são apenas alguns dados do Freelance Industry Report de 2011. Vale a pena espreitar estas e outras conclusões no Freelance Switch.

Narrativas digitais

Imperdível o artigo de Paulo Monteiro no Nieman Storyboard sobre a necessidade de uma nova abordagem às narrativas digitais: Story, interrupted: why we need new approaches to digital narrative.
"We need to radically change the way we tell our stories. It doesn’t make sense to keep using old paradigms on new devices. Our main goal is to learn the best way to tell a story and stop using techniques that worked only for one platform (be it text and pictures in print, video on TV or audio on radio). With digital distribution we can mix all these techniques in a way that enables our storytelling. Those of us in newsrooms also need to change the way we plan, produce and present our stories."
[dica de Paulo Nuno Vicente]

Viver (bem) com um part-time

Pode parecer impossível, mas a verdade é que há quem consiga ter um rendimento satisfatório apenas com um trabalho a meio-tempo. É o caso de Gretchen Roberts. Em entrevista ao The  Renegade Writer, a jornalista e escritora freelancer explica que optar por um part-time foi a decisão mais acertada - e sustentável - , já que tem três filhos pequenos, e revela alguns pormenores sobre o seu mais recente e-book Full-Time Income in Part-Time Hours: 22 Secrets to Writing Success in Under 40 Hours a Week.


Gretchen Roberts podia ganhar o dobro se trabalhasse a full-time? Podia, mas não era a mesma coisa.

A despesas de um freelancer

Pinar Tarhan escreveu o artigo que faltava. Financing freelance writing - it can be costlier than you think é um excelente post sobre as despesas para as quais um jornalista/produtor de conteúdos freelancer deve estar preparado.

Se é verdade que escrever por conta própria não exige o mesmo tipo de investimento inicial que abrir um restaurante, não é menos verdade que também há despesas neste tipo de negócio. O ideal é ter consciência do que é necessário gastar, mas é importante não panicar e deixar de pensar que assim é impossível. Não há investimento sem arriscar e não há trabalho sem investir.

Lidar com os clientes

Hayden Jackson tem toda a razão quando diz que um freelancer deve ser tão bom nas relações com os clientes como é a escrever. Em 3 perils for professional freelance writers to avoid, a colaboradora do Freelance Switch dá uma série de óptimos conselhos para lidar melhor com os clientes. Saber ouvir, ter uma mente aberta e as doses certas de humildade e confiança são apenas alguns deles.

Produtividade jornalística

David Brewer diz que entrar ou sair de uma reunião de redacção sem ideias é o pior que pode acontecer a um jornalista. Por isso, o editor do Media Helping Media dá 24 dicas para jornalistas "preguiçosos", um verdadeiro manual para encontrar boas estórias e aumentar a produtividade jornalística.

Vícios

Uma semana sem actualizar o blog chegou para perceber que o Estórias em Jornalês já é um vício.
Dou comigo imersa em trabalho e a pensar em mil e uma coisas para colocar online, mil e um temas, iniciativas, conselhos, dicas... - e a experiência Daily Digital que quero tanto pôr em prática e reportar!

Por isso decidi fazer um rápida mas revigorante pausa no trabalho (que se tem adensado na última semana) e retomar algumas estórias. A minha incursão pelo Daily Digital é que ainda vai ter de esperar...

Últimos artigos publicados: Portugal Daily View

O Portugal Daily View, site de notícias sobre Portugal em inglês, é a minha mais recente colaboração. O objectivo do projecto produzido e publicado pela Webtexto é fornecer informação actual sobre as mais diversas áreas - da economia à política, sem esquecer o desporto, a cultura ou o lazer - a cibernautas de todo o mundo.

Lisbon clubs: five great places to go dancing all night long é a minha primeira contribuição para a secção de lazer e já está online.

[O Portugal Daily View também está no Facebook]

O barato sai caro

Tenho visto por aí alguns anúncios para freelancers que oferecem 1 dólar, e outras vezes menos, por peça. Nunca respondi a nenhum porque acho o modelo de negócio pouco justo e transparente, para além de o valor me parecer ofensivo, mas por vezes pergunto-me se há muita gente a querer vender o seu trabalho por tão pouco (dinheiro e motivação).

A equipa do Renegade Writer também anda intrigada com estas e outras pechinchas. Do you write for cheap? Read this. é um excelente artigo que reforça a ideia de que de nada vale ser o freelancer mais barato do mercado. Porque também nestas coisas, o barato pode acabar por sair caro.
"Writing is undervalued by many. But if businesses that use writing value the work, skill, and knowledge that goes into a 1,000-word article at a measly $10, it’s partly because there are hordes of writers willing to write for that much!"

Daily Digital

Recém-criado, o Daily Digital é uma espécie de loja de conteúdos online onde cada freelancer pode mostrar e vender o seu trabalho de forma simples. Cada utilizador dispõe de uma "montra" onde pode expor textos, vídeos, fotos, música ou qualquer outro conteúdo e vendê-lo ao interessado através de um simples download.

O serviço é gratuito, mas a cada venda efectuada, o Daily Digital fica com uma comissão de 15%.

Vou fazer uma experiência e depois conto tudo aqui.

[Dica de Maurice Cherry]

Marketing

No dia em que fiz aqui o balanço dos nove meses, saí para jantar com uma amiga que enfrenta agora novos desafios profissionais. Durante a refeição, dei comigo como que a "pregar" as vantagens do freelancing e a dar conta de alguns pormenores destes primeiros nove meses sem deixar, claro, de colocar os prós e os contras no respectivo lado da balança.

Reflectir sobre esta opção profissional e verbalizá-la - primeiro no blog, depois à mesa - fez com que me apercebesse de algumas coisas. Uma das mais importantes, talvez, foi ter tomado consciência de que, nestes primeiros tempos, tenho trabalhado a meio-gás; a minha produtividade está a uns 50 ou 60% - sei que consigo fazer mais. E, a meu ver, isto tem acontecido porque existem tarefas extra associadas ao freelancing que não podem ser ignoradas. A contabilidade é uma delas. O marketing é outra.

Boa parte do meu dia é ocupada com tarefas relacionadas com a promoção do meu trabalho e a angariação de novos clientes. Envio propostas e cvs, contacto potenciais colaboradores, pesquiso, faço networking, organizo estratégias, alimento o blog, dou a conhecer trabalhos já feitos, recupero colaborações antigas, reinvento-as. O marketing é fundamental para que uma carreira como freelancer corra sobre rodas. Há dias em que os resultados de tanto trabalho e empenho são bem visíveis, mas nem sempre é assim. Como diz Chris Bibey, o marketing tem altos e baixos e não podemos simplesmente deixá-lo de lado se os resultados não são bem os esperados.

Pessoalmente, não me posso queixar. Não tenho dúvidas de que grande parte do trabalho que consigo se deve a este esforço extra. O desafio está em conciliar o trabalho propriamente dito com todas as outras tarefas inerentes ao trabalho por conta própria, e esticar a produtividade ao máximo. Um work in progress que faço questão de agarrar com duas mãos.

Como o digital transformou as notícias

Vale a pena ler as reflexões de Martin Belam sobre jornalismo digital e atentar nos conselhos que dá em How digital transformed the news cycle - and what you can do about it.

[Dica de António Granado]

Publicar além-fronteiras

Sarah Marshall dá uma óptima sugestão no Journalism.co.uk que todos os jornalistas freelancers deveriam ter em conta: se temos os direitos das nossas peças, porque não vendê-las além-fronteiras?

Algumas dicas para começar em How to: syndicate freelance articles abroad.

Ainda os furos

No mês passado, Felix Salmon dava conta da sensação que tinha sempre que lia uma notícia: ela estava em todos os meios, mas não foi dada por nenhum primeiro. Esta sensação, de que eu também partilho, levou-o a reflectir sobre o "scoop ecosystem" e a possibilidade de estarmos a assistir ao fim da ideia de cacha.

Agora é Amy Gahran a expor outra ideia interessante relacionada com a cultura do furo jornalístico: neste caso, não é apenas a iminente extinção da cacha que está em causa, mas o facto de esta ser prejudicial para o jornalismo. Vale mesmo a pena ler esta pertinente reflexão em Why the "scoop" is bad for news.

[Dica de Steffen Konrath]

Quem tem medo da publicidade?

Robert Niles diz que não há motivos para os jornalistas terem medo da publicidade e dos publicitários.
Why journalists shouldn't be afraid of advertisers - vale mesmo a pena ler.

Há público para os conteúdos web de qualidade

Um pouco na mesma onda da série de três posts que Paul Bradshaw apresentou recentemente, multiplicam-se as opiniões sobre os artigos de fundo e os conteúdos de alta qualidade na Internet. E sobre o assunto, vale mesmo a  pena ler o que diz Robert Niles em The 'high-quality Web content' experiment has *not* failed -but some news publishers have. 
"There's still huge demand for news and analysis out there. And the Internet's providing new channels through which to meet that demand. So don't blame the audience, or blame the Internet, whenever a particular business fails to make enough money by putting audiences and customers together through those channels.
Put the blame where it belongs, instead - with that business's management."

Contornar a instabilidade dos rendimentos

Há precisamente nove meses, quando decidi encarar o freelancing como uma opção válida de vida e de carreira, não fazia ideia se seria capaz de resistir mais que um ou dois meses. A gigantesca instabilidade dos rendimentos poderia deitar tudo a perder em pouco tempo.

Passada a prova de fogo - os decisivos dois primeiros meses -, tomei-lhe o gosto. A minha vontade de continuar a trabalhar por conta própria, mesmo que isso signifique que a incerteza estará sempre presente, saiu reforçada e o tempo passou tão depressa que nem voltei a fazer balanços. Até agora.

De repente, já passaram nove meses. E a primeira ideia que me vem à cabeça é esta: não sei bem como, mas... sobrevivi.


Ou melhor, até sei. Para se ser freelancer é preciso vermo-nos como tal. E vivermos como tal, aceitando o que de bom e de mau o freelancing traz. E isso pode implicar, entre outras coisas, ter métodos de gestão diferentes. Gestão do tempo, das energias, do dinheiro.

Para a maior parte dos freelancers, gerir o tempo e a energia parecem tarefas mais fáceis, já a gestão do dinheiro... Para mim, o primeiro passo deve ser este: aceitar que a instabilidade dos rendimentos faz parte do negócio e viver de acordo com isso da melhor forma possível. É muito provável que, como freelancer, tenha que jantar menos vezes fora e convidar mais os amigos para vir cá a casa, que tenha de ponderar bem cada compra e, tantas vezes, de fazer escolhas e estabelecer prioridades, porque há que estar preparado para um mês menos bom. Depois, há o lado do investimento. Trabalhar por conta própria exige investimento constante - de tempo e, claro, de dinheiro.

Não há fórmulas mágicas nem regras que estiquem o dinheiro. Mas há formas criativas de contornar a instabilidade dos rendimentos e de viver bem com isso. Martha Retallick apresenta algumas em Proven solutions to freelance income fluctuation e LaToya Irby dá algumas dicas para fazer face às despesas extra, como o seguro do carro ou o IRS em Tips to manage those large, periodic expenses.