RSS
Jornalismo, freelancing, social media... e as estórias por detrás de tudo isto. Por Patrícia Raimundo

Entrevista de emprego... ao telefone

E se um empregador decidisse fazer a entrevista de emprego por telefone? Estaria preparada?
Jamie Chad não estava. E conta tudo em 5 things I learned from a journalism phone interview gone wrong, um post convidado no Wannabe Hacks.

Dizer não

Recusar um trabalho é um dos mais importantes direitos dos freelancers, mas é também um dos mais difíceis de pôr em prática. Para não dizer que não - como recusar trabalho? - , muitos freelancers acabam por ficar presos a trabalhos que não gostam, que rendem pouco e que os deixam sem tempo para se dedicarem a coisas que poderiam valer mais a pena.

Depois da brilhante The freelance writer's bill of rights, o blog The Renegade Writer vai mais longe e desafia todos os freelancers a pôr em prática o direito a dizer não: para começar, há que dizer adeus ao nosso pior cliente.
Preparados?

O desafio do estilo

Numa altura em que os jornalistas actuam em meios cada vez mais distintos, há que saber, mais que nunca, qual o estilo certo a adoptar. Escrever para um jornal em papel é diferente de escrever para um jornal on-line, que, por sua vez, é diferente de escrever para um blog; escrever para televisão é diferente de escrever para rádio; da mesma forma que partilhar conteúdo no Facebook é diferente de partilhar conteúdo no Twitter.

A tudo isto, Paul Bradshaw chamou The style challenge.

Fraquezas: assumir e ultrapassar

Mais tarde ou mais cedo, acaba por acontecer outra vez: o empregador quer saber qual é o nosso maior defeito. E, ao que parece, mais de 90% responde que o seu maior defeito é ser teimoso.

Em Janeiro descrevi aqui a minha primeira experiência de entrevista numa empresa de recrutamento e a dificuldade que senti em responder à terrível questão dos 3 defeitos e das 3 virtudes. Esta semana, voltei a reflectir sobre as fraquezas que todos nós, enquanto profissionais, temos e dei-me conta de como é importante identificarmos os nossos verdadeiros pontos fracos - não, não vale apontar a teimosia, à falta de melhor - e, a partir daí, trabalhar para ultrapassá-los.

Mesmo a propósito, Nick Petrie, o Intern dos Wannabe Hacks, apresenta as suas três maiores fraquezas enquanto jornalista estagiário, num exercício sincero e muito útil para ler na íntegra aqui: The Intern's three biggest weaknesses.


Três defeitos com os quais me identifico - uns mais, outros menos - e que nunca me lembraria de apontar e corrigir. E, parece-me, não devo ser a única.

Onde procurar trabalho freelance

Anúncios à procura de jornalistas/produtores de conteúdos freelancers não abundam por aí. Então, onde e como deve um freelancer procurar trabalho e/ou novos clientes? O blog The Renegade Writer dá quatro imperdíveis pistas em Here's where all the writing gigs are.

Multiplicar as estórias

Hoje, qualquer freelancer tem a possibilidade de contar estórias através dos mais variados meios - vídeo, áudio, slideshow... - sem que isso represente um investimento incomportável em tecnologia ou uma formação demasiado específica. Para Drew Tewksbury (Write to Done), a escrita é apenas um meio entre muitos: as ferramentas multimédia oferecem hoje a possibilidade de transformar uma estória em muitas estórias diferentes.

Como não ser um desempregado

Ficar desempregado não tem que significar ser um desempregado. Para Susannah Breslin, é tudo uma questão de atitude: trabalhar é melhor que procurar um emprego; socializar é melhor que ter vergonha de aparecer; fazer networking é melhor que enviar currículos; tomar decisões é melhor que esperar resultados; arriscar é melhor que fazer tudo de acordo com as regras.

How to not be unemployed é mais um post sobre alguém que ultrapassou, com sucesso, o fantasma do desemprego... e que decidiu seguir o caminho do freelance.

Cartão de visita: ter ou não ter?

Desta vez o debate entre wannabe hacks faz-se em torno da utilidade dos cartões de visita: Do journalists need business cards?

Alice Vincent acha que não. A Maverick considera que o cartão de visita caiu em desuso e é pouco sofisticado. Em plena era da Internet, vale mais apostar na nossa presença online e garantir que a pessoa que acabamos de conhecer nos encontra facilmente no Facebook, no LinkedIn, no Twitter ou no nosso blog pessoal. Sacar do cartão de visita está fora de questão.

Já Ben Whitelaw é da opinião que qualquer jornalista devia ter um cartão de visita, não descurando claro, a presença online. Para além de evitar situações embaraçosas - alguém pedir especificamente o nosso cartão ou não encontrarmos papel e caneta para apontar o nosso e-mail ou telefone - , o Student acha que um cartão de visita dá sempre um ar profissional e facilita, de facto, os contactos.

Compreendo os argumentos dos dois hacks, mas, depois do que me aconteceu em Fevereiro, confesso que redescobri no cartão de visita mais uma ferramenta de trabalho. Não digo que distribuo dezenas de cartões por aí, mas que em certas situações dão mesmo jeito não há como negar, sobretudo agora que sou freelancer. É que não nos podemos esquecer que não estamos à distância de um clique para toda a gente...

Alternativas

Já lá vai o tempo em que um jornalista estava confinado às notícias nas páginas de um jornal. O advento da Internet parece ter aberto um sem fim de possibilidades de trabalho onde jornalistas e produtores de conteúdo se podem enquadrar perfeitamente: escrever para blogs, gerir redes sociais, produzir conteúdo para newsletters e sites, fazer revisão, etc... Neste sentido, Corey Freeman apresenta 6 alternative jobs for freelance writers, uma lista de possibilidades bem interessantes que tanto podem servir de complemento como abrir novos e estimulantes caminhos profissionais.

Qualidade, qualidade, qualidade

James Chartrand faz hoje um excelente exercício de motivação no Men With Pens: e se, de repente, todos os freelancers tivessem que cobrar o mesmo? Nem mais nem menos? O factor preço saia de cena no competitivo mercado de trabalho e ficava apenas o factor qualidade. E se, por um lado, nunca mais nenhum freelancer seria escolhido para o trabalho por ser o mais em conta do mercado, este cenário idealizado por Chartrand ia fazer subir em flecha o grau de exigência: um freelancer fraco ou mediano nunca seria contratado, já que haveria no mercado gente muito melhor a cobrar exactamente o mesmo.

A verdade é que, para o mal e para o bem, o factor preço continua a fazer parte da vida dos freelancers e o mais provável é que nunca deixe de fazer. Haverá sempre quem prefira o mais barato ao melhor. Mas o objectivo de Chartrand é motivar os freelancers a fazer sempre melhor. Não basta ser o mais em conta para se conseguir ficar com o trabalho. Há que ser o melhor, a pessoa ideal para aquele trabalho.

Investir em formação, cultivar experiência, acrescentar valor ao nosso trabalho, provar que somos a pessoa certa para fazê-lo e não outro e, sempre, apostar em qualidade, qualidade, qualidade. Não há melhor lema.

"Take a course. Get training. Pick up a used textbook and start reading. Practice. Push yourself. Challenge yourself to do more, and better. Volunteer. Find a mentor. Sign up for a course. Go back to school. Whatever it is you have to do to push yourself to improve, do it. And imagine what clients would say then. You'd never hear 'is that the lowest you can go?'. You'd hear something like this: 'Everyone else was cheaper - but you were the best. We can't afford you, but we'll find a way to make it happen. You're hired'. It'll be music to your ears. Promise."

À procura de estórias

As dicas para encontrar boas estórias nunca ocupam lugar. Desta vez a lista vem da IJNet que fez um apanhado dos melhores conselhos práticos dados pela editora Melissa Preddy em Six tips for journalists on how to localize news stories. Procurar um ângulo diferente para os temas mais em voga é, como não podia deixar de ser, um dos mais importantes.

Lidar com a rejeição

Ver propostas e artigos rejeitados faz parte da vida de freelancer, não há volta a dar. Ouvir um "não" (ou vários...) pode desmoralizar, mas desistir nunca é solução para nada. Há que tentar perceber o porquê daquele "não" e nada melhor que nos colocarmos na pele do editor.

Jake OCallaghan chegou a ver recusado um texto seu 7 vezes... até que conseguiu publicá-lo. Os seus segredos para não ser rejeitado tantas vezes estão agora no Freelance Switch em How to stop getting rejected as a freelance writer. São óptimas dicas para diminuirmos a percentagem de textos recusados e uma excelente fonte de motivação.

(O post de OCallaghan está, porém, mais focado na recusa de textos prontos. Sobre como conseguir um "sim" do editor a uma proposta (ainda sem texto), ler Fazer propostas).

Palavras de incentivo

Há dias em que até mesmo o mais optimista dos freelancers desanima. Catherine L. Tully sabe disso, tanto que escreveu A pep talk for print writers no seu último post no All Freelance Writting. Uma receita para reler naqueles momentos em que tudo o que precisamos mesmo é de umas boas palavras de incentivo.

Escrever de borla

O Huffington Post UK contratou 300 bloggers para escreverem à borla e as vozes de protesto não tardaram a fazer-se ouvir. As de protesto, mas também as de apoio. A verdade é que escrever de borla continua a não ser um assunto consensual: há sempre quem ache que, mesmo que não seja remunerado, o simples facto de se poder escrever é já uma excelente oportunidade.

Eu não gosto de confundir o que escrevo a título pessoal aqui no blog ou nas redes sociais onde estou com trabalho. E, como tal, penso que qualquer linha escrita em contexto de trabalho deve ser remunerada. Caso contrário, o mercado de trabalho em jornalismo/produção de conteúdos entra num perigoso ciclo vicioso: se a ideia de que se pode ter pessoas a escrever de borla se perpetua, nunca mais ninguém nesta área consegue viver do que faz.
Escrever pode ser - e, para a maior parte de nós, é mesmo - um enorme prazer, mas isso não pode justificar o não pagamento de um trabalho. Enquanto os empregadores (e alguns profissionais também...) não se mentalizarem que escrever é, de facto, um trabalho como outro qualquer, exemplos como o do Huffington Post vão continuar a repetir-se...

Como dizer o que se faz

Lidar com a questão "mas, afinal, o que é que fazes mesmo?" faz parte da vida de freelancer. Por vezes é difícil explicar a quem está de fora (e em algumas ocasiões a nós mesmos!) em que é que consiste o nosso trabalho por conta própria - que se pode dividir por áreas diversas -, e o mais provável é que, no final da conversa, o nosso interlocutor pense que, afinal, estamos é desempregados...

Para evitar estes tipo de constrangimento - e também para ajudar quem está a começar a vestir a pele de um freelancer profissional e seguro - Adam Westbrook dá esta excelente dica no artigo Six tips to help you upgrade your freelance career: encontra uma boa descrição para o que fazes. É um óptimo exercício pessoal e uma excelente ferramenta de divulgação daquilo que fazemos.

Como a lógica social mudou os media

Para os media (e para tantos outros aspectos da vida), existe uma era antes e outra depois do advento das redes sociais. Em Social media - traditional media's ressuscitator, David Brewer (Media Helping Media) analisa a influência da lógica social nos media tradicionais e chega à conclusão que esta tem dado uma nova vida ao jornalismo mainstream, agora mais fresco e cada vez mais ligado ao público.