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Jornalismo, freelancing, social media... e as estórias por detrás de tudo isto. Por Patrícia Raimundo

Escrever de borla

O Huffington Post UK contratou 300 bloggers para escreverem à borla e as vozes de protesto não tardaram a fazer-se ouvir. As de protesto, mas também as de apoio. A verdade é que escrever de borla continua a não ser um assunto consensual: há sempre quem ache que, mesmo que não seja remunerado, o simples facto de se poder escrever é já uma excelente oportunidade.

Eu não gosto de confundir o que escrevo a título pessoal aqui no blog ou nas redes sociais onde estou com trabalho. E, como tal, penso que qualquer linha escrita em contexto de trabalho deve ser remunerada. Caso contrário, o mercado de trabalho em jornalismo/produção de conteúdos entra num perigoso ciclo vicioso: se a ideia de que se pode ter pessoas a escrever de borla se perpetua, nunca mais ninguém nesta área consegue viver do que faz.
Escrever pode ser - e, para a maior parte de nós, é mesmo - um enorme prazer, mas isso não pode justificar o não pagamento de um trabalho. Enquanto os empregadores (e alguns profissionais também...) não se mentalizarem que escrever é, de facto, um trabalho como outro qualquer, exemplos como o do Huffington Post vão continuar a repetir-se...

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