Distinguir os temas que podem ou não dar boas estórias nem sempre é fácil, por muito apurado que seja o nosso faro jornalístico. Quando se é freelancer, o peso da escolha é ainda maior: é a temática que propomos tratar que vai vender a nossa estória ao editor.
E se há um conjunto de regras que podem ajudar a detectar uma boa estória, há dias em que tudo e nada parece dar um óptimo artigo. À primeira vista, tudo pode ser alvo de um trabalho jornalístico - todos os dias nos cruzamos com pessoas que praticam actividades interessantes, com projectos inovadores ou situações caricatas. A pior parte vem a seguir: como convencer o editor de que aquela é uma boa estória?
Na hora de escolher os temas, há outras questões que o jornalista freelancer deve ter em conta. Primeiro, as propostas devem adequar-se ao meio em questão (de nada servirá propor um artigo sobre as novas políticas do Governo a uma revista especializada em moda ou em música). Depois, é sempre uma boa estratégia manter uma certa distância dos temas de agenda - para esses, as redacções contam com os jornalistas da casa. Sobretudo, há que ser original. Apresentar um tema fresco, interessante, que tenha sido pouco ou nada tratado, é meio caminho andado para o "sim".
E é aqui que reside o busílis da questão. O que é, exactamente, um tema original? Como saber se determinado tema é já muito batido, se todos os anos as revistas e jornais repetem temáticas sazonais (o Natal, as férias, o início das aulas, o dia da mãe...)? Na verdade, o que é novo para um leitor não o é para o leitor sentado ao lado dele, da mesma forma que novos ângulos para o mesmo tema podem dar excelentes estórias, frescas e diferentes, que acrescentem algo, como se quer.
A liberdade que um freelancer tem para decidir aquilo que quer trabalhar ou não é, assim, uma faca de dois gumes. Sem detectores infalíveis de estórias, resta-nos seguir algumas regras básicas, confiar no nosso "nariz" de jornalista, arriscar e seguir caminho. Se encontrar 10 boas estórias por semana parecer missão impossível, reduza-se o número para três a cinco e já temos um bom começo.
O que pode ser estória?
Publicada por
Patrícia Raimundo
on domingo, 12 de dezembro de 2010
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