RSS
Jornalismo, freelancing, social media... e as estórias por detrás de tudo isto. Por Patrícia Raimundo

O que nós queremos de uma carreira

Nos últimos tempos tenho lido bastante sobre os millennials - a geração que tem hoje, como eu, vinte e tal anos. Parece que alguns paradigmas que dantes estavam associados aos jovens adultos estão a mudar, por razões económicas e não só: cada vez se sai mais tarde de casa dos pais, compram-se menos casas e menos carros, mas compram-se mais gadgets e viaja-se mais. Há menos casamentos. E por aí fora.

Os hábitos de consumo são, talvez, a face mais visível desta mudança, mas, para mim, há uma grande mudança que, apesar de não tão vincada, cada vez se faz sentir mais: a atitude perante o emprego e a carreira profissional.

Hoje, parece-me a mim, os jovens adultos já pouco acreditam em empregos estáveis e para toda a vida. E já são muitos aqueles que renunciam a um emprego fixo para se poderem dedicar a várias actividades. E que dizer das novas oportunidades de emprego, da possibilidade cada vez mais viável de trabalhar a partir de casa - ou de qualquer ponto do planeta -, de fazer freelancing, de abrir o seu próprio negócio? E aqueles que não têm medo de alterar radicalmente o seu percurso profissional a meio do caminho? Pode dizer-se que muitas destas alterações se devem à malfadada crise - em Portugal, os millennials são também os quinhenteuristas, a Geração à Rasca, os eternos Recibos Verdes... - mas também podem representar uma nova forma de viver o trabalho mais preocupada com a felicidade e a realização pessoal do que propriamente com o dinheiro.

Pelo menos foi esta a conclusão a que a sempre atenta Susannah Breslin chegou depois de lançar um desafio aos seus seguidores twentysomethings no Twitter: o que os jovens adultos de hoje procuram num emprego tem mais a ver com felicidade, realização pessoal, flexibilidade, criatividade, paixão, reconhecimento, liberdade e um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional do que, propriamente, com estabilidade, ganhar muito dinheiro ou ter um determinado status.

Colocar rótulos nas gerações vale o que vale - há sempre quem se identifique e quem não. Eu, pessoalmente, revi-me em muitos dos aspectos que Breslin aponta em How to make twentysomethings happy. Vale mesmo a pena ler.

0 comentários: