Naquela manhã conheci a mulher por detrás do saudoso B.Leza. A discoteca africana tinha fechado em 2007, deixando órfãos muitos noctívagos lisboetas, apaixonados pelos ritmos quentes e pelo fervilhante caldeirão de culturas instalado no velho palácio do Largo Conde Barão. Questões relacionadas com o aluguer do espaço estiveram na origem do desfecho; vieram logo os abaixo-assinados, apareciam esperanças de reabertura de quando em vez e, nos entretantos, o B.Leza lançava-se na itinerância: não estava a ser fácil encontrar um lugar para poisar de vez quando marcámos a entrevista.
Apanhei o velho eléctrico de volta à redacção impressionada com a paixão, a persistência e o trabalho de Madalena Saudade e Silva e da irmã, que não desistiam do projecto por nada. Afinal, o B.Leza não era apenas uma discoteca africana em Lisboa, era um símbolo de uma cidade mestiça, era um legado de família, um pedaço da vida de muita gente diferente.
Três anos depois de ter escrito esta estória, o B.Leza reabriu mesmo. Foi esta sexta-feira, dia 2, num sítio diferente mas, diz quem sabe, com o mesmo espírito de sempre.
Madalena Saudade e Silva sabia o que dizia: era mesmo só uma questão de tempo.
Sobre a estória:
Sobre a estória:
Do B.leza de todas as noites à itinerância pode ler-se no Guia da Noite Lx Magazine #9 (2009), P. 28.
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