É por isso que à frase nunca trabalhes de borla, Bradshaw gosta de acrescentar um ...a menos que...
E, exactamente, a menos que... quê? A menos que valha a pena, claro. Se o trabalho em questão valorizar a minha presença no mercado (e não, não é trabalhando eternamente à borla na maior cadeia de TV, rádio ou imprensa do país à espera da oportunidade que raramente chega), se for um verdadeiro investimento em mim, se ajudar o mundo de alguma forma, se for um projecto meu, um projecto empreendedor em que eu acredito.
Eu, que sou muito pouco flexível nesta coisa do trabalho gratuito, que acaba por minar o mercado de trabalho e diminuir ainda mais as reais oportunidades de emprego - ninguém me consegue convencer do contrário - , gostei de ler Telling wannabe journos "Don't work for free" doesn't help. E porquê? Porque é uma posição equilibrada, razoável: não basta só ser contra o trabalho gratuito, doa a quem doer. É ser-se contra um determinado tipo de trabalho gratuito. É que fazer um estágio curricular é bem diferente de trabalhar de borla meses e meses a fio para grandes empresas que declaram sempre lucros no final do ano. E este tipo de trabalho de borla é bem diferente de investir tempo e dinheiro num projecto nosso, mesmo que não tenha retorno financeiro imediato. São grandes diferenças e que devem ser tidas em conta.
"It’s a big step to take: internships at least provide that tangible hope that you will strike lucky, and the illusion of working as a journalist. Doing it yourself means taking on more responsibility and initiative, and trusting more in your own ability to improve. But those are the qualities employers – or owners – are looking for.
[...]Internships will still work for those with the resources and contacts to pursue them. But they shouldn’t be the only route – and encouraging people to think critically about the options open to them is better than shutting them off entirely."
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