Não deve haver por aí um único jornalista a quem o freelancing nunca tenha passado pela cabeça. A ausência de horários, a liberdade na escolha dos temas, a possibilidade de trabalhar para vários meios sem ter de dar satisfações ao chefe são ideias românticas que assaltam até o mais terra-a-terra dos profissionais. Do outro lado da balança, porém, pesam a irregularidade do trabalho - há alturas em que tudo à nossa volta parece um imenso terreno árido, outras vezes somos literalmente inundados de propostas e ideias - e a incerteza em relação ao futuro - ninguém nos garante que vamos conseguir pagar a renda no mês seguinte.
A perspectiva com que cada um olha os pratos acaba sempre por fazer pesar mais um dos lados.
A minha balança sempre pendeu ligeiramente para o lado do freelancing. Foi por aí que comecei, acabadinha de sair da Faculdade, e sempre encarei a ideia como um investimento a longo prazo. O meu lado cauteloso dizia-me para manter o emprego certo a tempo inteiro - just in case... - enquanto desbravava de novo a selva das colaborações e do trabalho por conta própria, mas uma daquelas ironia da vida acabou por deitar por terra o cenário ideal e lançou-me sem pedir licença e sem aviso prévio na direcção do freelancing puro e duro.
Sem rede para amparar as quedas no caminho, decidi aceitar as circunstâncias e tirar partido delas. Era a minha oportunidade para, de uma vez por todas, levar a sério isto de ser jornalista freelancer. Decidi ver o copo meio cheio, não pensar muito nas dificuldades e pôr mãos à obra.
Sou freelancer. E agora?
Publicada por
Patrícia Raimundo
on quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
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