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Jornalismo, freelancing, social media... e as estórias por detrás de tudo isto. Por Patrícia Raimundo

A primeira edição

Gosto que a primeira edição seja minha. Antes de enviar ao editor, faço questão de reler tudo, várias vezes. Tento sempre ter tempo para deixar o texto repousar (se possível, de um dia para o outro), e, quando volto a pegar nele, há, invariavelmente alterações a fazer. Uma frase que não soa bem, uma palavra que merece ser substituída por outra, afinar o lead, a entrada ou a conclusão. Às vezes escolho o título definitivo de entre as 3 ou quatro opções que escrevi. E há sempre gralhas, por vezes um verbo que não concorda, ou uma frase terrivelmente longa. Chego a cortar um parágrafo inteiro.

Tento enviar o texto final o mais satisfeita possível e depois é esperar pelo feedback do editor, que terá um olhar ainda mais fresco que o meu e um sentido ainda mais apurado do que é o estilo da publicação.

Sei que muitas vezes terminamos as peças em cima do deadline e que a nossa primeira reacção é anexar a coisa, enviar o mail às 3h da madrugada e desmaiar na cama. Mas o tempo da nossa primeira edição não é tempo perdido. Evita coisas desagradáveis como deixar para o editor a correcção de gralhas quase imperceptíveis e a desilusão que é, ao ler o texto publicado, darmos de caras com um trabalho que está longe de nos satisfazer. Só eu sei o que senti quando, num artigo que tanto gozo me deu escrever, vi, a linhas tantas uma gralha que deve ter passado por mim - e pelos editores - dezenas de vezes. Era missa que queria dizer, não missão. Mas foi missão que saiu e já nada havia a fazer. Nunca mais me vou esquecer disso.

Tudo isto para dizer que compensa sempre investir algum tempo na primeira revisão e edição e que vale a pena espreitar as dicas de Marya Zainab em The ultimate 15 point checklist to make your writing come alive.

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